O conceito de Cidades inteligentes pode ser transmitido como sendo um conjunto de sistemas e de pessoas que interagem de forma inteligente, usando energia, materiais, serviços e recursos de forma sustentável. Esta fusão entre pessoas e sistemas que se movimentam em sintonia e harmonia, garantem o desenvolvimento sustentável dos espaços urbanos proporcionando aos seus cidadãos uma melhor qualidade de vida e uma maior sustentabilidade ambiental.
A expressão ganhou relevância, mas o conceito ainda é um pouco confuso para grande parte da população. Entre as inúmeras interpretações deste tema, há uma certeza: as cidades inteligentes são o futuro da nossa vida urbana.
Cidades inteligentes são diferentes entre si, afinal cada lugar tem necessidades e especificidades únicas. Há quem defina cidades inteligentes como aquelas que fazem uso otimizado de informações interconectadas para entender e melhor controlar operações e recursos, e há quem diga ainda que é preciso existir um maior envolvimento por parte dos cidadãos, ou seja, a população é que deve ser inteligente e ter poder de escolha sobre seus estilos de vida, trabalho e viagens.
Apesar das diferentes interpretações, podemos considerar alguns fatores essenciais em relação às cidades inteligentes:
- São voltadas para o aumento da qualidade de vida dos cidadãos;
- Precisam do envolvimento de stakeholders para ter sucesso;
- São construídas com base num planeamento;
- Devem otimizar a utilização dos recursos disponíveis, promovendo a descarbonização e a economica circular
Podemos ainda classificar as cidades inteligentes por meio de sua abordagem: bottom-up (de baixo para cima) ou top-down (de cima para baixo).
No caso da aplicação bottom-up, as cidades trabalham com dados de sensores instalados pela cidade, câmeras de monitorização, redes sociais, entre outros. Tudo é integrado numa só plataforma, que permite o gerenciamento eficiente dos serviços, ou seja, as decisões são tomadas de acordo com as atitudes e o pensamento dos utilizadores. Um conceito que dá sustento a esta tese é o conceito da Internet das coisas ou Internet of Things (IoT). Especialistas acreditam que essa abordagem é mais democrática, já que os cidadãos podem dar opinião para ‘moldarem’ a cidade de forma a ir ao encontro das suas necessidades.
Mas nada impede que as cidades inteligentes executem a abordagem ‘top-down’, que recria cidades com zero emissões.
Em ambas as abordagens, o objetivo é tornar as cidades mais agradáveis, sustentáveis, limpas e acessíveis.
A cidade de Vancouver, no Canadá, é um dos grandes destaques no campo quando se fala de cidades inteligentes. Com metas bem feitas e mudanças culturais na população, a cidade ambiciona ser a mais verde do mundo até 2050. Entre as medidas definidas, estão acabar com as emissões de carbono e promover a economia circular. Outro ponto chave é a mobilidade mais sustentável, com incentivo a mais transportes coletivos e bicicletas, em alternativa aos carros.
Em Portugal, são cada vez mais os municípios atentos às novidades tecnológicas capazes de edificar cidades inteligentes, promotoras de um estilo de vida saudável, de uma utilização responsável dos espaços públicos, de um desenvolvimento sustentável e do aumento da qualidade de vida das populações.
Aveiro é uma das cidades que se tem distinguido neste capítulo no panorama nacional. Tomemos como exemplo o Aveiro Steam City: candidatou-se ao programa Urban Innovative Actions (UIA), iniciativa da União Europeia que fornece às áreas urbanas de toda a Europa recursos para testar novas soluções para enfrentar os desafios urbanos que se avizinham, e em que se destaca a criação de uma rede de infraestruturas de 5G, fibra e sensores que serão implementados no Centro Urbano de Aveiro, permitindo que empresas e centros de investigação possam testar novos produtos e serviços.
Com o crescimento das cidades, torná-las inteligentes é essencial. Universidades, empresas e instituições públicas podem unir forças para que soluções sejam aplicadas e sirvam os cidadãos de forma cada vez mais eficaz.
Cada vez mais, cientistas trabalham para criar novas maneiras de captar energia limpa através de construções sustentáveis, afinal, trata-se de uma iniciativa fundamental para diminuir os impactos causados pelo homem ao meio ambiente.
Alguns produtos inovadores já surgiram, como é o caso das janelas inteligentes, mais funcionais e que conferem grande vantagem a nível económico. Este tipo de janelas apresenta um design de janela ou revestimento desenhado com tecnologias capazes de escurecer ou iluminar o ambiente de acordo com a sua temperatura, controlando deste modo a quantidade de calor que passa para o interior de um edifício e, assim, reduzir a necessidade de utilização de equipamentos de climatização.
O CLASSE+, sistema de etiquetagem energética de produtos, já implementado no setor das janelas, classifica o desempenho energético das diferentes soluções de janelas disponíveis no mercado. Este sistema fornece ao consumidor um conjunto de informação útil à tomada de uma decisão, assentando não só sobre a importância da eficiência energética do produto, mas também sobre a prescrição adequada de soluções. A componente formativa deste sistema permite melhorar o nível de conhecimento das empresas, bem como a qualidade dos serviços de prescrição e instalação de janelas.